segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Se permitir...



Muito tenho observado e estudado sobre uma outra cultura, talvez em poucas linhas gostaria de relatar um pouco do que tenho vivenciado recentemente.

Trabalhar com a diversidade é prazeroso, entendo que somos diferentes, cada individuo tem a sua singularidade, e conviver com essas diferenças é bom, pois aprendi realmente o que é limite, para não interferir no espaço do outro.

Na verdade a interação com o outro, as experiências que adquirimos, as vitórias e conquistas, muitas vezes se da em aprender a conviver com o próximo.

Quando aprendemos a lidar com as diferenças, aprendemos a respeitar o outro como pessoa que tem as suas singularidades, independente se deficiente ou não, e o mais importante é respeitar a si e ao outro.

O meu trabalho hoje posso dizer que é trabalhar com as diferenças, além de trabalhar como intérprete, também sou educadora em sala de apoio com crianças e pré-adolescentes portadoras de síndrome douwn leves ou moderadas, ou que tenha outra síndrome ou deficiência, (todos os alunos ouvintes) e essa convivência me fez perceber o quanto é importante à interação com outro. Hoje me permito a aceitar o novo, lidar com as diferenças, romper barreiras que até tempos atrás seria muito difícil.

É bem verdade também que tentar “permitir as mudanças” não é fácil, pois acima de tudo requer um querer, que às vezes temos que abrir mão de certos valores que acreditamos ser importantes.

De qualquer forma o ideal é propor, fornecer oportunidades e ferramentas necessárias seja para o surdo ou individuo portador de alguma deficiência ou síndromes, para que tenham seus direitos adquiridos, facilitando o acesso a informação modificando suas estruturas e serviços oferecidos, abrindo espaços conforme as necessidades de adaptação específicas para cada pessoa a serem capazes de interagir naturalmente na sociedade, propiciar condições, não se baseiam somente pelos políticos ou autoridades públicas do País, mas começa por mim, em respeitar seus espaços, cultura, singularidade assim como Leis ou até mesmo lugares ou acentos reservados.

Para mim, aceitar e conviver com a diversidade não se resume apenas em um querer, mas sim a atitude, me permitiu ao novo, a vivenciar suas histórias de vida.

Permita-se também a abrir-se a descobertas, respeitar o outro é respeitar a si mesmo.

Afinal de contas, eu não sou igual a ninguém.



Até mais....

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Meus temas....Acessibilidade




Tem-se falado bastante nos tempos atuais sobre a inclusão, mas o que vemos, na realidade, é uma grande exclusão, pois muitas das instituições ainda negam o acesso do cidadão surdo ao conhecimento, ou seja, negam a contratação do intérprete. Escolas, faculdades, empresas, serviços públicos necessitam urgente da presença deste profissional que, atualmente, vem conquistando o seu espaço.
O maior aprendizado não vem apenas de um curso de Libras, mas principalmente, do contato diário com a comunidade surda, conhecendo toda uma cultura que envolve o ser surdo, as leis que asseguram os direitos, bem como, deveres de uma profissão.
Se eu, enquanto intérprete, busco uma sociedade mais igualitária posso também da mesma maneira, levar e defender a bandeira dos cadeirantes, cegos, autistas, síndrome de down, etc.
Na meio profissional hoje, tanto como intérprete e pedagoga consigo enxergar e abrir o meu leque de vida para outros horizontes, visitas às entidades que atendem outras deficiências, leituras e leis acerca da pessoa com deficiência, participação em eventos não apenas como profissional na área da educação ou intérprete de Libras, mas principalmente, como um ser ativo, criticando, opinando, construindo todo um alicerce. para mim, significa abrir as portas do conhecimento e construir possibilidades, em conjunto, para uma sociedade mais justa, igualitária, acessível e inclusiva.

Qual o papel do intérprete


O profissional Intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras), bem como qualquer outro intérprete, precisa ter o domínio dos sinais e principalmente da língua falada do seu país, no nosso caso, o Português, pois há diversas situações nas quais são necessárias as duas.
Realizar a interpretação da língua falada para a língua sinalizada e vice-versa observando os seguintes preceitos éticos:
a) confiabilidade (sigilo profissional);
b) imparcialidade (o intérprete deve ser neutro e não interferir com opiniões próprias);
c) discrição (o intérprete deve estabelecer limites no seu envolvimento durante a atuação);
d) distância profissional (o profissional intérprete e sua vida pessoal são separados);
e) fidelidade (a interpretação deve ser fiel, o intérprete não pode alterar a informação por querer ajudar ou ter opiniões a respeito de algum assunto, o objetivo da interpretação é passar o que realmente foi dito).
Ser fiel tanto em LIBRAS quanto no Português, quanto ao uso. Isto é, conhecer bem a ambas e usar a estrutura gramatical própria de cada uma. Não criar ou inventar sinais. Usar os sinais da comunidade surda local e perguntar se o nivel de interpretação está bom e claro para todos.
Espaço: o intérprete deve providenciar as adaptações necessárias no espaço para que a percepção visual seja adequada.

terça-feira, 21 de julho de 2009

(Comunicação Visual)



O título dessa postagem corresponde a algo que tenho vivenciado, estudado e percebido na comunidade Surda. O que eles, os Surdos, nos
colocam é que são pessoas visuais, e realmente o são. Percebem o mundo de maneira diferente de nós ouvintes. Uma percepção tão mais detalhada e rebuscada de detalhes que correspondem a traços, movimentos, cores, formas, comportamentos que eu e minha conexão audição/visão jamais poderia perceber.Saber a língua de sinais e vivenciar experiências visuais com os Surdos ( para ouvintes nunca será a mesma coisa) mas vai além de uma experiência sociológica. O reconhecimento ao outro e faz-nos enxergar o quando somos iguais na diferença.Permita-se também ser capturado por essa cultura repleta que caminhos e descaminhos, descobertas e arrancadas para uma percepção singular do mundo.